.me encontraste antes, partindo-se. te encontrei enfim,
partido. colidimos, na verdade. porém, a força da repulsão nunca existiu, ou
venceu. seguimos em mosaico, mesma matéria dinâmica, cada vez mais um a
substância do outro. um espelho de gestos e olhares, um comum que suplanta o
comum, um individual que suplanta a individualidade. a energia desprendida
deste encontro prismou-se em cores diferentes. minha luz amarela. sua luz lilás. sou. somos. imanentes. somos
transcendentes. por isso, neste momento em que o hiato se impõe, não
necessariamente penso em partida. somos uma unicidade. a fratura apenas permite
que jorre mais de nós. o estar um no outro não pode repartir-se sem
multiplicar-se. por isso, não diremos aquelas palavras. a luz nunca se despede.
ela continua. e continua. e continua. é o preço que se paga quando o universo
nos oferece um presente como este encontro. o preço é ser este universo. na
permanente dúvida se ele está em expansão ou contração. satisfaz-me ambos. se
jamais nos encontrar-mos em outro ponto, arrastaremos o nós por todo o
percurso. se voltarmos ao ponto de colidirmos novamente, seremos nós em dobro.
porém, sempre contínuos. brilhantes. felizes por esta existência compartilhada
e única.
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ResponderExcluirQuando o "sou" se torna "somos".
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