domingo, 21 de fevereiro de 2016

Somos?

.é quando a distância entranhou-se na presença. alguém está gritando ao seu lado, mas não se escuta. esse se debater assim freqüente, já não é detectado pelo radar. estamos presentes, mas como se não existíssemos. e o diálogo sai seco e, o abraço frouxo. o beijo caminhou para outro lugar e não voltou. é como se nos perdêssemos pelas beiradas, e a única alternativa para atingir o âmago é violentá-lo. na dor existimos. mas não foi assim que sonhamos viver. saltamos entre o terreno acidentado dos silêncios para momentos em que nos lembramos vagamente quem éramos. somos? não é que não hajam palavras, é que elas não tocam o essencial. conversa morna. cotidiano de não eus. se não nos conhecemos porque deveríamos compartilhar uma vida? mas quando penso assim, tão lucidamente no fim, você brilha. nos silêncios que de alguma forma conseguimos significar, atingir o elo. mas não será essa ameaça constante do romper-se aquela violência que nos ejeta ao centro de nós? vida de fronteira. limites inflamados. amor hostil. mas você brilha novamente. e eu me retorço em um sorriso comiserado.